sábado, 24 de maio de 2008

Triste


O frio entra pelas frestas da porta, e no espaço entre cada botão da roupa faz sentir o gélido vento que sopra em direções diversas.

Inerte é o cinza, e em cinza converte-se o sol e o céu que cobre os pensamentos, fazendo tremer sem intervalos todos os sentimentos.

Na rua, além da cor do frio, a chuva cai em gotas minúsculas, enxarca as idéias e marca a roupa com pingos certeiros e miúdos.

Pálida parece a eternidade das horas imutáveis.

O tempo é encarado e a ele é pedido que desfaça o seu choro descabido, que o dia corra rápido e que a noite sem cor passe em um minuto, para que um outro dia, mesmo desbotado, venha espantar a melancolia de um dia descontente.