sábado, 30 de junho de 2007

Livre-arbítrio



Ao cravar em meu peito teu amor, desfiz os nós que atavam as aflições ao meu coração.


Desatei as amarras que tolhiam a expansão dos sonhos e esparramei fantasias multicores através do espaço acinzentado que desunia meu espírito e minha mente.

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Memorial

Quando percebi que os rios mais profundos conservavam os mais belos reflexos, não pude disfarçar meu espanto, quando distingui entre várias luzes escritas na água o brilho de seus olhos cintilando em favor do céu, deixando gravado no escuro celeste uma nova estrela, a enfeitar e alegrar as noites sombrias, e transforma-las em comemorações eternas de sua estadia pelo jardim da existência.
A água formada pelo juntamento de lágrimas derramadas pela abreviação de sua passagem, reunidas sob a luz das estrelas, não permite ao esquecimento conservar a ausência, mas mantêm as memórias mescladas ao amor e as saudosas lembranças, homenageando sua travessia e permanência presentes em mim.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Dor de cabeça


A alma transbordante e turbulenta envolve a morbidez das confidências sonhadas em pesadelos contínuos.
Ao fechar os olhos a percepção de estranhas sensações, cortantes, pesadas e sem nexo mesclaram o real e o enganoso.
Não há distinção entre o alívio e a amargura.
Só um sofrimento instantâneo e passageiro.

domingo, 3 de junho de 2007

Desordem

Nos laços dos teus abraços o embaraço perplexo e hesitante atrai o obstáculo, cingido à decepção, sufocando a harmonia.

O impulso alucinado agrega o incômodo no enredo da confusão, e na ausência de amor.

Não há cautela na loucura desconexa nem na mistura de delírios desvairados.

Talvez a incoerência seja transitória, ou a efemeridade exagerada.