sexta-feira, 7 de maio de 2010

Contrição


Que amor perverso é esse
que ignora a espera
desdenha da necessidade
e agride o momento?

Que amor egoísta é esse
que do favor faz um suplício
do auxílio um inimigo
e do querer um fardo?

Não foi assim que imaginei!
Pensei da eternidade ser eu amiga,
mas vejo que nosso único vínculo
é a morte.

Não a morte do corpo,
mas daquilo que pensei
ser o tempo incapaz de apagar:
o amor.