Escrevo com o coração em prantos e a alma em êxtase. Noções? Só conheço o exagero do não saber e a certeza de quem não sou.
domingo, 28 de junho de 2009
Fragmento
Não tem coragem de reler o que já foi escrito, chegando a sentir raiva por uns instantes e em outros momentos, desprezo.
Por isso, pensou em fazer o mesmo que há tempos atrás: apagar tudo, não permitir uma única letra intacta.
Sentiu vontade de não conservar as memórias, nem a de segundos atrás.
Respirou fundo e esperou a vontade passar, mas não passou.
O que fez?
Resolveu não destruir as impressões de sua alma desbotada. Um dia poderão servir para alguma coisa, mas não hoje.
Não consegue estancar a indiferença que os dedos teimosos esboçam. Continua escrevendo e conservando os resultados, mas sabe que não servirão nem mesmo no dia em que se arrepender de não tê-los apagado.