sábado, 29 de setembro de 2007

Subjetivo


Percorreu eufórica, a entrada que levaria até sua antiga casa, mas não sabia ao certo o que haveria de encontrar lá. Sentia um frio na barriga, uma sensação de suspense e medo.

Não lembra como entrou no quarto. Só recorda de perceber-se recolhendo os seus antigos pertences dentro de uma sacola plástica. Havia muitas coisas velhas, produtos vencidos e perdidos.

Perguntou se realmente precisaria de tudo aquilo... Não sabia...

Sentiu um desgosto imenso, e começou então a esvaziar a sacola que antes enchera com tantos objetos. Agora eles não lhe serviriam, devido ao grande peso em sua consciência que carregou durante toda a vida.
Correu para o portão de saída, e atrás dele, seus fantasmas seguiam despedaçados e desesperados por não serem esquecidos, mas ele não os queria de volta.

Tentou partir antes do portão fechar, mas seus perseguidores saíram à sua frente e ele não fez questão de alcançá-los.

Ficou preso entre os destroços de seu antigo mundo, como a criança que teme olhar detrás da porta ou embaixo da cama, para não ver assombrações imaginárias.