Escrevo com o coração em prantos e a alma em êxtase. Noções? Só conheço o exagero do não saber e a certeza de quem não sou.
sexta-feira, 25 de maio de 2007
O beija-flor e o Vento
Foi voando que aprendeu a distinguir os aromas e essências fundamentais para sua sobrevivência e través de seus pousos fugidios se escondendo entre a folhagem, descobriu o amor com toda a sua força e beleza, como o dia que nasce.
Não poupou esforços para decifrar o grande segredo que pairava, sussurrado pelo vento, e grande tristeza sentiu ao adivinhar seu propósito.
Tudo era lindo e delicado, sem ser frágil, e ainda assim translúcido como um cristal. Essa transparência sufocava seus encantos e tornava seu brilho como o de uma estrela que acaba de se apagar.
Não era fácil amar, principalmente após descobrir as berrantes diferenças entre a verdade e a possibilidade nula de envolver-se nesse encanto tão breve.
Nunca poderia imaginar como seria difícil enfrentar a renúncia de sua própria identidade.
Seria esse o real motivo de sua fuga constante e indefinida.
Não fugia do amor, mas de si mesmo, seus complexos e apreensões.