quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Intrincado


Amava com tamanha intensidade


que quase sempre perdia-se


entre o tamanho do seu amor


e os caminhos labirínticos do seu coração.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Dois



Quando a ausência não incomoda, a presença interessa?

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Sentido




A intensidade de seus pensamentos era consistente, suas palavras rudes e suas ações escassas.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Mutações



Quando resolver libertar-se de seus remorsos será livre, e haverá de conhecer a vida.

Saberá a diferença entre liberdade e esquecimento, porque as dores jamais serão apagadas, mas quando equilibrá-las, obterá o alicerce que sustenta o aprendizado.

No momento em que conseguir erguer a cabeça sem vergonha do tempo findo, estará pronto para andar sem medo de cair, estará assumindo o cerne que há muito lhe aguarda.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Coragem



Nunca mais seria a mesma.

Perdida a sua afabilidade, cobriu-se de uma suave amargura.

Deixou de lado sua fé inabalável na sinceridade e preferiu agarrar-se à força dos acontecimentos originados por sua mente fecunda. Tudo perdeu-se, é verdade, mas somente porque era humana em demasia e não havia força no mundo que a fizesse desacreditar na vida.

Sentir era o seu princípio e sua conclusão, era o impulso dos seus atos.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Imprevisível



Sobre si estava tranquila, mas desnorteava-se com tudo que se referia ao outro.


Palavras que não exprimiam reais desejos, falsas confissões, mentiras, desconfiança e susto por tudo que perdera a certeza da veracidade:


Sua vida!

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Ninguém



Fechava os olhos para toda evidência, fingia não ouvir alguma palavra. Indolente e omissa, achava que qualquer desculpa disfarçaria os equívocos ou crimes.
Aceitou converter-se em passividade, permitindo desrespeitosamente que não lhe notassem a presença, visto que preferia esconder seu desagrado a desviar-se.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Malícia

Fingiam suportar-se entre olhares desconfiados, ações calculadas e palavras omitidas. Não queriam revelar-se, escondendo suas vontades, sempre ressabiados, como se algum segredo pudesse ser descoberto a qualquer momento.

Era clara a impressão de que bastando um fechar os olhos, o outro agiria à surdina. Mas não estavam enganando um ao outro, porque se conheciam o suficiente para saberem quando estavam mentindo.

Não vestiam a carapuça da malícia.
Não sabiam ainda enganar ao outro.