quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Controle





O egoísmo sugou a paciência,
endureceu o coração,
seqüestrou a tranqüilidade
e umedeceu os olhos.

A raiva fez tremer o corpo,
secou a garganta,
emudeceu o choro
e fez doer o peito.

A paciência ainda tenta amenizar,
porque tem medo
que continue a engolir as lágrimas e as palavras
que por hora não ousa dizer.

domingo, 12 de outubro de 2008

Inabalável


Determinou que só choraria de alegria, só se preocuparia se fosse hoje, não desejaria o amanhã para poder viver o agora, agradeceria pelo que tivesse de fazer e faria com prazer tudo que estivesse ao seu alcance.

Decidiu amar a correria do dia-a-dia, não ter vergonha de sonhar acordado, observar o céu, admirar a lua, e sorrir por qualquer besteira.

Resolveu matar a vítima de seus fantasmas e se transformou numa alma vivente.

Imaginação


Teu beijo gelado de desatenção, teu desabraço sem jeito, teus olhos mirando o nada em frente mantém a distância incoerente entre nós.
É minha dor.

A lágrima foi proibida de rolar em meu rosto, mas é teimosa e não obedece minha determinação. Despenca em gostas pesadas e salgadas.
Alivia por um instante meus pensamentos.
É meu desabafo.

Os escritos desordenados exprimem o que secretamente escondo em mim.
É meu consolo.

Sou eu quem desconcerta tudo, quem desordena os sentimentos e esconde a ordem de tudo.
É minha dúvida.

Por não saber quem sou, espero por determinações alheias, porque sozinha só sei seguir a rotina.
É minha revolta.

Não sei abandonar ou doar um pedaço de mim, porque desconfio do desconhecido e corro do novo como se fosse a morte.
É minha prisão.

Minha loucura é imaginar o improvável, desejar o impossível e esquecer do futuro.
Meu presente.